No CrossRef data available.
Published online by Cambridge University Press: 10 September 2025
Milícias are mafia-style organizations, often composed of current and former state agents, that have rapidly expanded in areas with limited state presence and weak legal oversight. In Rio de Janeiro, their territorial control is not maintained by coercion alone, but also through strategic political alliances. This article theorizes and tests a mechanism linking milícia expansion to electoral politics: milícias deliver concentrated electoral support to specific politicians, who in return shield their operations by influencing bureaucratic appointments and law enforcement priorities. Using original geospatial and electoral data, we show that milícia entry into a new area increases electoral concentration and disproportionately benefits milícia-aligned candidates in adjacent territories. We further demonstrate that this electoral capital is converted into political power through key bureaucratic appointments that facilitate further expansion and institutional impunity. Our findings support a theoretical framework in which elections reinforce, rather than constrain, criminal governance in democratic settings.
Milícias são organizações de tipo mafioso, frequentemente compostas por agentes do Estado, que vêm se expandindo rapidamente por territórios marcados pela ausência do Estado de Direito e pela incapacidade das instituições estatais de conter o poder de burocratas e políticos locais. No Rio de Janeiro, essas organizações exercem controle sobre vastas áreas, não apenas por meio da coerção, mas também através de alianças políticas estratégicas. Este artigo propõe e testa um mecanismo que relaciona a expansão territorial das milícias à dinâmica eleitoral: as milícias oferecem apoio eleitoral concentrado a determinados políticos, os quais, em troca, protegem suas atividades mediante a manipulação de nomeações burocráticas e da atuação de órgãos de fiscalização. A partir de dados originais geoespaciais e eleitorais, demonstramos que a entrada de milícias em novos territórios aumenta a concentração do voto e favorece candidatos com vínculos milicianos em áreas vizinhas. Em seguida, mostramos que esse capital eleitoral é convertido em poder político por meio de nomeações que sustentam a expansão das milícias e garantem impunidade em seus domínios. Os resultados empíricos dão suporte ao arcabouço teórico integrado proposto, demonstrando o papel das eleições no fortalecimento dos objetivos das milícias em contextos democráticos.